quarta-feira, 30 de setembro de 2009

É quando, por um instante, a realidade parece te acompanhar! Do lado de dentro as coisas existem... já do lado de fora elas relutam, nos perseguem, até passarem a existir (não mais que dentro de um sonho).

Os sonhos chegam e se esvaem... entrelaçando numa só corda dúvida e felicidade.

Felicidade sempre foi distintivo para poucos. Sonhamos mal? Talvez não! Às vezes as circunstâncias distanciam nossos sonhos de nós.

E por falar em distância, ela sim é mais presente (embora soe contraditório).

Contraditoriamente a vida passa trocando nossos anelos pelas enfáticas evidências.

E assim, felicidade e realidade não se casam. Sonho e anelo se debatem com as reais disparidades.

Dicotomicamente, continuamos a viver...

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Não existe na vida um olhar que não fale.
Mas em nenhum momento é feito o uso da palavra.
A palavra da transmissão é o olhar, e a palavra da compreensão é a sensibilidade.
Acontece em raros momentos a voz muda que, de tão forte, faz doer os ouvidos com sua estridência.
Em momentos como esse, todas as verdades são reciprocamente esclarecidas por que quando um olhar fala ao outro, compreende também o olhar do outro.
Por outro lado, ao mesmo tempo em que o primeiro compreende a fala daquele que olha, deixa também que as suas palavras discorram sobre a compreensão do outro.
Entre olhares e outros olhares, as compreensões se completam, o diálogo é claro, mas a realidade é quem confunde a sinceridade da prática de falar sentimentos...

Por tudo o que ouvi...

O motivo de maior tristeza para um ser humano é ele dedicar-se a uma causa e ser causa também de atitudes impensadas, infundadas, indolentes, mesmo que sabendo desses negativos que são causa de outros.
Mas a glória provém do esforço e da postura inabalável mesmo quando as "causas-críticas" reforçam a vontade de desistir. E desistir é a causa de ser consciente e, talvez, até conivente com o negativismo.
A crítica é a causa da imaturidade ou da falta de empatia, porque colocar-se no lugar do outro para poder compreendê-lo melhor é impossível para aqueles que não sabem sequer compreender as relações do "eu" e do "não-eu", causa das interações sociais.
Só sente a dor do outro aquele que tem como causa principal em sua vida um ideal muito forte que não o faz ceder às pressões, porque sente que a sua dor, por ser dor do outro, é dor de causa justa, conseqência da tranquilidade do dever cumprido...

O outono chegou...
Derrubou as folhas...
Pintou o céu num tom rubro...
É uma época de belos contrastes
onde o velho dá lugar ao novo
e onde o vento faz o seu trabalho com prazer.
O meu outono... esse ainda não veio
mas está prestes
visto que as folhas já amarelecem
e o vento sopra um solfejo harmonioso de perspectiva
Difícil mesmo vai ser suportar a dor
de cada folha que cairá individualmente
e...
quando houverem caído todas...
o inverno trará o frio.

Pseudônimo é nome mentiroso
Gente é "pseudo" o tempo todo
A gente sofre dessa doença
pseudoracionalidade
pseudorespeito
pseudoigualdade
pseudoinclusão
pseudoreligiosidade
pseudolealdade
pseudofraternidade
pseudojustiça
pseudofidelidade
pseudocompreensão
pseudoamor
pseudoconsciência
pseudohumanização
Até nossos rostos são ofuscados
com aquilo que podemos chamar de
pseudorealidade - a máscara!

A presença do passado é ainda tão constante, tão presente e tão pesada que aquele típico frio no estômago parece tomar conta do resto do corpo afetando o controle psico-motor: tudo treme.
É uma história de pêndulo em constante movimento que some dilaceradamente e aparece subitamente: é sempre um sofrimento, leve alívio, depois um susto.
Interessante é que quando a gente sente, acha que é; quando está passando, odeia; quando passou, sente saudade.
Nos momentos de transição, confunde.
Sabia que eu vivo nessa constante miscelânea?

Porque um dia virão as respostas, sejam elas as mais improváveis possíveis.
Eu só espero estar vivo nesse dia, ou então não adiantarão vir.
Se por acaso eu morrer é que não virão mesmo pois são tão pessoais que ficarão guardadas do lado de lá, o lado que me deve.
E será pior, porque guardará não só respostas, mas remorsos.